Perdemos o trem das 9:50 h antes mesmo de sair de
casa. Tudo bem, o compromisso não tinha hora marcada, pegaríamos o próximo.
Apesar de morarmos a 60 quilômetros de Milão, prefiro ir de trem. Evito dirigir
no caos da cidade, procurar estacionamento, levar multas e gastar muito mais
tempo que gasto indo de trem. De quebra, posso passear pela cidade sem me
preocupar em voltar para pegar o carro.
Antes mesmo de entrar na via Clerici, onde
se encontra o Palazzo Clerici, local da votação bem no centro de Milão, nos
assustamos com a imensa fila de eleitores que se estendia até o Largo Belotti,
virava na via S. Dalmazio e se perdia de vista. Enfim, uma confusão danada para
entrar, uma confusão maior para descobrir em qual nova sessão votar e uma certa
indignação com o que parecia ser falta de organização para um evento tão importante
assim, apesar da cortesia, paciência e disponibilidade dos funcionários.
Descobrimos que o espaço tinha sido reduzido de dois andares a duas salas, com
as seções dispostas uma ao lado da outra. Claro que a culpa não era dos
funcionários, que devem ter dado saltos mortais de costas, carpeados e dobrados
para permitir que a votação acontecesse no minúsculo espaço à disposição.
Na verdade, o que vimos foi um grande
espetáculo. Um monte de gente bonita alegrando o domingo milanês. Não, não era
um desfile de moda com modelos ou personalidades famosas. A grande estrela
desse 7 de outubro foi a gente brasileira, feliz por estar participando da
festa. Gente de todas as cores e tipos aguardando a sua vez, reencontrando conhecidos
e fazendo novas amizades, combinando o que fazer depois, papeando amenidades. Só
duas pessoas com camisas verde-amarelas e o único comentário sobre a eleição
que ouvi foi: “Vocês viram? O pessoal no Brasil enlouqueceu. Eu não vou
declarar meu voto, não e também não quero saber o candidato de ninguém. Cada um
vota com a própria consciência.” Sim, viver
longe às vezes tem suas vantagens.
Depois do voto? Bem, fomos comer, dar
umas voltas pela cidade, tomar um café e uma grappa, outra grappa e, de quebra,
minha filha deu dicas preciosas a um médico tailandês (acho) que passeava pela
cidade, sobre como se locomover com o transporte local. Para digerir a grappa, desistimos
do metrô e caminhamos por uma hora até a estação Central. O trem nos levaria de
volta. Felizes e com a sensação do dever cumprido da melhor maneira.
2 comments:
Esse foi um dos grandes problemas nesta eleição: filas. E agora vejo que aconteceu o mesmo aí. Nunca havia pego fila na minha sessão aqui no Rio e, neste ano, fiquei uma hora e meia na fila.
Agora fiquei preocupada: em dezembro estou indo morar em Milão (aceito dicas/sugestões de lugares aonde morar, se vc tiver) e espero não pegar filas nas próximas eleições :)
Dia 28 espero que seja mais "leve".
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