Não é segredo – para quem me conhece – que fui sócio do Claudio Zimmerli por alguns anos. O Claudio também conhecido como Zimmerli, Zimmer e “o alemão do strudel”. Na época em que éramos sócios, fornecíamos doces alemães a algumas lojas e restaurantes de São Paulo. Foram anos felizes.
A barraca do
strudel da Feira de Embu das Artes, aos domingos e feriados, é a mais antiga;
tradição iniciada nos anos setenta pela matriarca Gertrude Zimmerli, com a
colaboração coata dos filhos Michel, Eduardo, Claudio e Rosemary. Aos poucos a
família foi se espalhando, até que o Claudio ficou sozinho. O convite para
virar sócio foi consequência da urgente necessidade, corroborada pela
experiência que adquiri ao ajudá-lo aos domingos. Aliás, amigos experientes é
que não faltavam: desde a época em que a feira do Embu era conhecida com “Feira
Hippie”, a imensa roda de amigos se reunia na casa dele para jogar buraco nas
noites de inverno, ajudava . Quem ficava de fora era convidado/intimado pela
Dona Frida a trabalhar. “Pode comer toda a cereja que conseguir, basta que
descaroce a caixa toda”, e coisas assim. Em troca, comia-se bem. Muito bem.
Quando chega
essa época de fim de ano, a saudade do perfume dos doces passeia na minha
memória olfativa. Stollen, strudel de todos os sabores, tortas e biscoitos
exclusivos, deixavam na casa e na alma um aroma indelével. Começávamos a
trabalhar lá pelas quatro, quatro e meia da manhã do dia 23 de dezembro e só
parávamos por volta das cinco da tarde do dia 24 (acho que já escrevi sobre
isso mais de uma vez, mas eu gosto). Claro que tínhamos que ceiar fora, depois
da soneca, pois não dava tempo de preparar o nosso Natal.
Em janeiro de
1986 me casei e fui morar em Salvador. Acabou a sociedade, mas não a amizade. O
Claudio foi dos poucos amigos que consegui visitar em janeiro deste ano, quando
estive no Brasil pela última vez. Teria muitas histórias pra contar, mas hoje
preferi lembrar só dos natais. Já escrevi que foram anos felizes?
Fico feliz por
saber que a tradição continua, agora sob a batuta da solar Juliana Zimmerli,
a filha mais velha, além do próprio do Claudio, que continua fazendo os doces. E se você ainda não
provou os doces do Alemão do Strudel, fica a dica. A Ju entrega os produtos
feitos no dia. Basta ligar para o (também tradicional) número 4704-2929. Ou ira
até a feira no Embu, aos domingos. E aproveite para fazer cosquinhas na Maria
Lunna por mim.
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