Thursday, December 08, 2016

Strudel do Embu






Não é segredo – para quem me conhece – que fui sócio do Claudio Zimmerli por alguns anos. O Claudio também  conhecido como Zimmerli, Zimmer e “o alemão do strudel”. Na época em que éramos sócios, fornecíamos doces alemães a algumas lojas e restaurantes de São Paulo. Foram anos felizes.



A barraca do strudel da Feira de Embu das Artes, aos domingos e feriados, é a mais antiga; tradição iniciada nos anos setenta pela matriarca Gertrude Zimmerli, com a colaboração coata dos filhos Michel, Eduardo, Claudio e Rosemary. Aos poucos a família foi se espalhando, até que o Claudio ficou sozinho. O convite para virar sócio foi consequência da urgente necessidade, corroborada pela experiência que adquiri ao ajudá-lo aos domingos. Aliás, amigos experientes é que não faltavam: desde a época em que a feira do Embu era conhecida com “Feira Hippie”, a imensa roda de amigos se reunia na casa dele para jogar buraco nas noites de inverno, ajudava . Quem ficava de fora era convidado/intimado pela Dona Frida a trabalhar. “Pode comer toda a cereja que conseguir, basta que descaroce a caixa toda”, e coisas assim. Em troca, comia-se bem. Muito bem.



Quando chega essa época de fim de ano, a saudade do perfume dos doces passeia na minha memória olfativa. Stollen, strudel de todos os sabores, tortas e biscoitos exclusivos, deixavam na casa e na alma um aroma indelével. Começávamos a trabalhar lá pelas quatro, quatro e meia da manhã do dia 23 de dezembro e só parávamos por volta das cinco da tarde do dia 24 (acho que já escrevi sobre isso mais de uma vez, mas eu gosto). Claro que tínhamos que ceiar fora, depois da soneca, pois não dava tempo de preparar o nosso Natal.



Em janeiro de 1986 me casei e fui morar em Salvador. Acabou a sociedade, mas não a amizade. O Claudio foi dos poucos amigos que consegui visitar em janeiro deste ano, quando estive no Brasil pela última vez. Teria muitas histórias pra contar, mas hoje preferi lembrar só dos natais. Já escrevi que foram anos felizes?



Fico feliz por saber que a tradição continua, agora sob a batuta da solar Juliana Zimmerli, a filha mais velha, além do próprio do Claudio, que continua fazendo os doces. E se você ainda não provou os doces do Alemão do Strudel, fica a dica. A Ju entrega os produtos feitos no dia. Basta ligar para o (também tradicional) número 4704-2929. Ou ira até a feira no Embu, aos domingos. E aproveite para fazer cosquinhas na Maria Lunna por mim.
:)


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