Desconheço os limites que separam celeste, azzurro e blu, na língua italiana. A mim parecem-me azuis, mas vai falar isso aqui, vai. A canção de Celentano diz “a tarde é ‘azzurra’ e longa demais, para mim” e, no entanto, o céu é sempre celeste. Tudo bem, a licença poética é permitida, mas que confunde, confunde.
Essas nuances linguísticas não dependem apenas da gramática,
mas também da cultura. É comum ouvir associações para definir as cores na Itália:
cereja, tortora, Cartier, palha, são apenas algumas. Até mesmo o branco pode
ser sujo, gelo, leite e mais alguns outros nomes. Se você já viu uma tortora
na vida, certamente vai saber, mais ou menos, que aquele tipo de pombo tem uma
cor clara que oscila entre o cinza e o marrom, com um colar escuro. E mesmo
quem nunca viu, mas cresceu aqui, sabe de que cor se trata. Um estrangeiro –
eu! – vai ter mais dificuldade. E não só com tortora.
Fico imaginando o caos que seria se a Pantone (empresa
americana de tecnologia gráfica que, entre outras coisas, se ocupa em
identificar e catalogar cores e tonalidades) fosse italiana.
Existe uma cor chamada fucsia. Fucsia!
1 comment:
Confesso que eu ri ao ler-te, meu caro.
Aqui em São Paulo o que me perturba é o tal céu de brigadeiro.
Nunca entendi que raio de cor é essa.
Sei que toda vez que ouço tal expressão, penso no doce e caio na risada e, em seguida engulo o riso porque sempre alguém me pede a tal palha italiana, como se fosse coisa nostra. rs
Quando as cores, bem o rosso é a minha favorita
bacio
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