Sunday, July 11, 2021

Itália zona branca

Desde o dia 28 de junho todas as regiões da Itália converteram-se em “zona branca”. Uma decisão baseada em dados científicos, ou seja, em número de novos contágios para cada cem mil habitantes. Isso significa que as medidas anti-Covid foram relaxadas, mas não totalmente abolidas. Discotecas, por exemplo, continuam fechadas e o uso de mascaras continua obrigatório em locais fechados ou em caso de aglomerações. A maior conquista é justamente o caso das máscaras, que deixaram de ser obrigatórias ao ar livre. A sensação de liberdade é imensa, mas as pessoas continuam usando máscara pelas ruas. E isso é muito, muito bom. Claro que tem muita gente que prefere não usar, mas isso já acontecia antes mesmo da zona branca ser decretada.

 

O comitê cientifico que monitora os dados informou que o contagio deve aumentar consideravelmente, mas que o número de internações permanecerá baixo. Já nessa semana tivemos um aumento de novos contágios, passando da média de 400 novos pacientes diários para em torno de 1.500. O número de vítimas permanece na faixa de 20 por dia (12, hoje).

 

Os novos casos incluem pessoas vacinadas que, exatamente por estarem vacinadas, não necessitam de internação. São pacientes assintomáticos ou com sintomas leves que podem permanecer em casa, em quarentena, à espera do exame que indique a cura. Até a data de hoje, 10 de julho, foram mais de 4,27 milhões de casos e 127.768 mil vítimas. Com um total de 57 milhões de doses de vacina aplicadas, a Itália tem hoje 37,3% da população acima dos 12 anos com o ciclo completo (56% com pelo menos a primeira dose).

 

A Itália foi o primeiro epicentro da pandemia e foi abandonada pelos outros países europeus. Nenhum país enviou mascaras ou respiradores. Éramos os leprosos a serem evitados. Na época, pouco se sabia sobre o vírus, tateava-se no escuro, tentava-se de tudo a muita gente não sobreviveu. Com a chegada da equipe chinesa, com 30 toneladas de equipamentos e documentos, iniciou-se a recuperação do país. Quando equipes de Cuba e outros países começaram a desembarcar voluntariamente para ajudar, a Europa decidiu finalmente participar. E essa é uma parte da história que não vou conseguir esquecer nunca.

 

A parte positiva é que a Ciência respondeu de maneira formidável. Aprendemos muito e nos adaptamos, uma nova normalidade nos prepara para o futuro. Só posso torcer para que a humanidade entenda a relação de causa e efeito com o meio ambiente. Sobrevivemos. Sinta-se uma pessoa privilegiada.

1 comment:

Luma Rosa said...

Oi, Allan!
Todos os dias quando acordo e quando vou dormir, agradeço estar viva.
Imagino por tudo que você passou. Aqui tínhamos medo do que aconteceu em Manaus acontecer também no resto do país.
No início, quando deram conta da existência do vírus, não tinham dados para calcular a dimensão do caos, até que os casos começaram a crescer exorbitantemente. Eram muitas informações desencontradas. Até a OMS voltava atrás em suas diretrizes. Não sabemos até quando viveremos isso, mas pelo histórico dos vírus, são eles que cansam de nós e não somos nós que os vencemos.
Beijus,