Sim, eu sou feliz!
Hoje ouvi - pela enésima vez -
que a felicidade está na moda, aludindo que o meu estado de espírito é algo
forçado, não espontâneo. Pecado que o cidadão (sim era um homem) não sabia do
meu passado de judô, capoeira e boxe. Nem conhecesse o meu lado desbocado.
Agora conhece.
Drummond disse, certa vez, que
velhice é quando não existe mais ninguém que lembre de você criança. Ainda não
cheguei lá, a lista vem se reduzindo nos últimos tempos mas a resistência
mantém o equilíbrio. Os que me conhecem há muito tempo, sabem da minha
personalidade sonhadora ("esse menino vive no mundo da Lua"), lembram
que sempre escrevi poesias, poemas e breves contos, do meu caráter zen e
apaziguador... Enfim, quem me conhece sabe bem que sou pelas flores e evito a
guerra.
Fui burilando a minha índole de
paz com os anos, escolhendo o bom humor e preferindo a alegria à melancolia.
Vivo e respeito meus momentos de tristeza e dor, só não os permito
transformarem-se em estado emocional predominante. Reconheço a queda, não
desanimo, levanto, sacudo a poeira e volto a sorrir. Não levo nada a sério
demais, só a minha curiosidade pela vida e o dom de apreciar os detalhes
coloridos que o mundo oferece.
Moda ou não, vou continuar sendo
quem sou. E - se puder - melhorar o que gosto em mim.
[E pensar que eu poderia ser
sócio do Vitor... Ele musicou alguns dos poemas que escrevi . Na verdade acho
que só uma poesia deu uma boa canção:Fome na mesa, mas ele nunca gravou por
medo de virar um sucesso assombroso, de vender mais que os cds do Revista do
Samba, somados ao cd solo dele e de ter que me pagar uma fortuna de direitos
autorais e, caso não pagasse, de ser agredido pelo meu pitbull, de ser obrigado
a tomar cerveja quente, leite com manga, ter o chinelo pregado de cabeça pra
baixo e outras maldades. O Vitor é um pilantra! Lembro quando ele, o Claudio
(irmão do Eduardo e da Rosemary) e meu irmão Dawidson foram parar na diretoria.
Minha mãe chegou avisando: "meu filho é um santo! nunca iria matar aula -
ou a expressão era "cabular"? - se não fosse envolvido por más
companhias..." Dona Frida, mãe do Claudio: "Meu filho nunca fez isso,
cansei de avisar para não frequentar certas amizades..." E a dona Raquel,
mãe do Vitor: "É esse neguinho safado que leva os outros para o mau
caminho. Vagabundo! Moleque! Vai ser nada na vida...!" E lá foi o negão
pagar todas as broncas, mesmo tendo sido a primeira - e última - vez que matava
(...cabulava?) aula. O Claudio e o Dawidson matavam aula e viajavam para o Rio,
não se contentavam em ir passear na mata da Fonte ou ir nadar no Vale do Sol.]
O cidadão chato do primeiro
parágrafo? Entendeu que eu tinha mais que palavrões pra oferecer e resolveu se
desculpar e não insistir. Melhor: era o dia errado pra me provocar (deve ter
morrido algum papa...).
Acho que ser feliz é questão de
escolha, que cada pessoa só escolhe ser feliz quando descobre e entende a
capacidade de decidir. Chamem de "força da atração", a
"força" dos jedi, síndrome de Pollyana ou o nome que quiserem dar. Eu nunca chamei de nada e sempre funcionou.
:P
4 comments:
Muito legal e bem humorado teu texto e tens a melhor solução pra ter a tal felicidade: não procurá-la, não forçar situações, simplesmente ser feliz do nada...abraços, tudo de bom,chica
tio,
você não está sozinho, tio
eu também sou bobão assim
pedro luis
Só li verdades. Escolhi ser feliz. Foco no que há de positivo.
abraço, garoto
Allan,
Otimo seu texto, sua colocação. Bom humor é fundamental para viver.
Sobre a felicidade e outros assuntos, as pessoas falam muito de muita coisa que nem vivenciaram de fato ou por curto tempo, está na moda dicas de auto-ajuda, mas será que todos realmente superaram dificuldades ou aproveitaram a oportunidade?! é preciso renascer das cinzas para saber dar valor a pequenas bençãos diárias.
bjs
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