Friday, June 28, 2013

Origens italianas





23 de dezembro de 2012 foi um dia típico do inverno sem neve em Piacenza. Frio, neblina e aquele ar pré-Natal que sempre nos convence a sair de casa para dividir um copo de vinho com os amigos. Mas naquele domingo tínhamos planejado não planejar nada e as meninas acordariam tarde, como consequência da noite anterior.

Liguei o computador pensando na reunião dos parentes da Eloá, que nós perdemos. Pensei nos meus parentes distantes e na minha incapacidade de lembrar de mandar um oi, telefonar de vez em quando e de dar notícias. Só quem tem alguém que vive no mundo da Lua sabe que não faço por descaso, mas por ser absurdamente desligado. Pensando bem,  o distante sou eu. E a Eloá e as meninas têm um Allan desligado de estimação.

Muitas vezes, prolixo, também. Pois comecei escrevendo sobre um assunto e quase me perdi em meio à lembrança de tantos parentes. Pois bem, entre os e-mails de boas festas, piadas e convites, recebi uma mesagem de um professor de Educação Física, um ítalo-luso-brasileiro que vive em Portugal. No e-mail ele se apresentou e esclareceu que o bisavô nasceu em Piacenza, a cidade onde moramos, e queria a permissão para usar uma fotos minhas da cidade de Travo, a cidade natal da avó, para completar o trabalho dele em reescrever a viagem dos parentes, de Travo a Santos, no Brasil, em 1900.

Na época do bisavô do Evaldo (esse o nome dele), a província era salpicada de pequenos aglomerados urbanos e muitas casas espalhadas pelas montanhas e colinas. Molinetto é um conjunto de três casas na fração de Pigazzano, que, por sua vez, é um distrito do município de Travo a 460 metros de altitude. Foi em Molinetto di Pigazzano que nasceu a avó do Evaldo. E foi para Pigazzano que eu e a Eloá partimos naquela manhã, para tentar localizar Molinetto e – caso o clima permitisse – tirar umas fotos e mandar para o Evaldo. E assim foi. Fotos, autorização para o uso delas e a dívida para um café que o Evaldo um dia pagará.

O livro “João e Giovanni – Miscelâneas Históricas e Achegas Genealógicas dos Thomaz de Almeida e dos Poli / Erranti”, de Evaldo de Almeida Poli é o resultado de um trabalho genealógico detalhado, de um apaixonado por genealogia que conta, entre outras coisas, como os imigrantes substituíram a mão de obra escrava, o significado dos termos “carcamano”, “terrone” e “polentone”, além dos encontros de famílias diferentes num país não tão diferente assim.

Parabéns, Professor Evaldo! São mais de trezentas páginas de histórias, sentimentos e raízes. E estou me divertindo.
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5 comments:

myra said...

meu querido Allan, nao conheco este livro, mas pelo que voce diz deve sermuito bom!
sempre gosto de teus posts!!!
abraco!

Anonymous said...

Trezentas páginas??? Estou fazendo a genealogia da nossa família já tem 3 anos. Espero poder concluir. Parabéns ao Evaldo!

bjs

Mayra

robertadefelippe said...

Que ótima dica de leitura, meu amigo! Já está na minha lista, sem dúvida foi um trabalho realizado com muito carinho e vale a pena ser lido. Beijos afetuosos, Allan.

Anonymous said...

tio,
nem sei nada de genea... (essa coisaí), mas vc é meu tio, né tio?

pedro luis

Thais Miguele said...

E a Eloá e as meninas têm um Allan desligado de estimação.... amei!

Prolixia... doenca de blogueiro.

E agora, al'em de escritor, o senhor virou fotografo literario...