23 de dezembro de 2012 foi um dia típico do inverno sem neve em Piacenza. Frio, neblina e aquele ar pré-Natal que sempre nos convence a sair de casa para dividir um copo de vinho com os amigos. Mas naquele domingo tínhamos planejado não planejar nada e as meninas acordariam tarde, como consequência da noite anterior.
Liguei o
computador pensando na reunião dos parentes da Eloá, que nós perdemos. Pensei
nos meus parentes distantes e na minha incapacidade de lembrar de mandar um oi,
telefonar de vez em quando e de dar notícias. Só quem tem alguém que vive no
mundo da Lua sabe que não faço por descaso, mas por ser absurdamente desligado.
Pensando bem, o distante sou eu. E a
Eloá e as meninas têm um Allan desligado de estimação.
Muitas vezes,
prolixo, também. Pois comecei escrevendo sobre um assunto e quase me perdi em
meio à lembrança de tantos parentes. Pois bem, entre os e-mails de boas festas,
piadas e convites, recebi uma mesagem de um professor de Educação Física, um
ítalo-luso-brasileiro que vive em Portugal. No e-mail ele se apresentou e
esclareceu que o bisavô nasceu em Piacenza, a cidade onde moramos, e queria a
permissão para usar uma fotos minhas da cidade de Travo, a cidade natal da avó,
para completar o trabalho dele em reescrever a viagem dos parentes, de Travo a
Santos, no Brasil, em 1900.
Na época do
bisavô do Evaldo (esse o nome dele), a província era salpicada de pequenos
aglomerados urbanos e muitas casas espalhadas pelas montanhas e colinas.
Molinetto é um conjunto de três casas na fração de Pigazzano, que, por sua vez,
é um distrito do município de Travo a 460 metros de altitude. Foi em Molinetto
di Pigazzano que nasceu a avó do Evaldo. E foi para Pigazzano que eu e a Eloá
partimos naquela manhã, para tentar localizar Molinetto e – caso o clima
permitisse – tirar umas fotos e mandar para o Evaldo. E assim foi. Fotos,
autorização para o uso delas e a dívida para um café que o Evaldo um dia pagará.
O livro “João e
Giovanni – Miscelâneas Históricas e Achegas Genealógicas dos Thomaz de
Almeida e dos Poli / Erranti”, de Evaldo de Almeida Poli é o resultado de um
trabalho genealógico detalhado, de um apaixonado por genealogia que conta,
entre outras coisas, como os imigrantes substituíram a mão de obra escrava, o
significado dos termos “carcamano”, “terrone” e “polentone”, além dos encontros
de famílias diferentes num país não tão diferente assim.
Parabéns, Professor Evaldo! São mais de trezentas
páginas de histórias, sentimentos e raízes. E estou me divertindo.
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5 comments:
meu querido Allan, nao conheco este livro, mas pelo que voce diz deve sermuito bom!
sempre gosto de teus posts!!!
abraco!
Trezentas páginas??? Estou fazendo a genealogia da nossa família já tem 3 anos. Espero poder concluir. Parabéns ao Evaldo!
bjs
Mayra
Que ótima dica de leitura, meu amigo! Já está na minha lista, sem dúvida foi um trabalho realizado com muito carinho e vale a pena ser lido. Beijos afetuosos, Allan.
tio,
nem sei nada de genea... (essa coisaí), mas vc é meu tio, né tio?
pedro luis
E a Eloá e as meninas têm um Allan desligado de estimação.... amei!
Prolixia... doenca de blogueiro.
E agora, al'em de escritor, o senhor virou fotografo literario...
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