Caros e Caras,
Paz e saúde!
Continuo de férias no Brasil. Para não abandonar completamente o blog, apresento uma segunda parte do glossário iniciado no post anterior. Espero que estejam apreciando. Vão treinando: quem sabe um dia pode ser útil toda essa cultura inútil. E não adianta reclamar, pois deixei tudo programado para funcionar sozinho. Não estarei no comando, hoje é a tal tecnologia quem comanda. Aliás, esse glossário é invenção da máquina. Enquanto isso, estou longe. Pescando em algum lugar tão ermo que nem peixe deve ter.
• Cacciatorino – tipo de salame fresco produzido na região de Piacenza, mas não ouse chamar um cacciatorino de salame na presença de um piacentino: para eles, salame é salame, cacciatorino é outra coisa. Vai muito bem com qualquer coisa, inclusive sozinho.
• Carabinieri – é o policial militar. “Eu sou carabinieri!” “Bem feito! Quem mandou não estudar.” Também tem aqui.
• Carioca – sinônimo de brasileiro.
• Celentano, Adriano – é o Elvis Presley da Itália. Se pronuncia tchelentano. Fez diversos filmes, deu somente dez entrevistas desde o início da carreira e soube criar um marketing em torno à sua imagem. Carismático, é amado e odiado. Como cantor, aos 77 anos conseguiu o que só os grandes vinhos conseguem: envelheceu melhorando. Mas, neste caso, Lucio Dalla seria o campagne.
• Chiacchere – massa de pastel frita, com um pouco de açúcar de confeiteiro por cima. Come-se na época do Carnaval. Em Piacenza é a única manifestação da festa.
• Ciao – é o nosso tchau, com a diferença que se diz também quando na chegada.
• Città – denominação dedicada às capitais de província. “Ele mora em città …!”
• Collina, Pierluigi – alto, magro, careca, olhos azuis (eu acho. Da mesma forma que acredito na ausência das sobrancelhas dele) e uma cara de Frankstein montado às avessas. Este é o árbitro de futebol eleito pela quinta vez consecutiva como o melhor do mundo.
• Cubista – dançarino ou dançarina contratado para dançar em discotecas, em cima de um cubo.
• Culatello – tipo de presunto cru. Seria o filé mignon dos presuntos. Uma delícia que custa € 50,00 o quilo!
• Dalla, Lucio – dos poucos músicos que não fariam feio entre os nossos grandes. O Chico Buarque é um seu admirador. A música Minha História é uma versão do Chico sobre uma canção do Dalla.
• Del Piero, Allessandro – o melhor jogador italiano atualmente, apesar dos lamentos de um certo Totti e cia. Joga na Juventus.
• Dialetto – língua local, geralmente de uma cidade ou província. O que faz com que pessoas que habitam a 5 quilômetros de distância entre si não se entendam. Mesmo!
• DOC – sigla para Denominazione d’Origine Controllata. É uma das muitas siglas que determinam alimentos típicos regionais. Na gíria, doc significa uma pessoa ou produto genuíno. É o nosso “da gema”.
• Enologo – o que todo italiano acredita ser.
• Ettore – nome masculino. Quando eu tiver um cachorro, se chamará Ettore.
• Ferrari – sobrenome comum por essas bandas.
• Frizzante – uma terrível maldição sobre os vinhos tintos da região de Piacenza que transforma-os em bebidas intragáveis.
• Festival di San Remo – observe a coisa do seguinte ângulo: se os dinossauros, que tinham um cérebro comparativamente muito menor que o do ser humano, conseguiram dominar a Terra por mais de sessenta milhões de anos, porque alguém iria duvidar da existência deste outro fóssil?
Ciao.
4 comments:
Espero que estejas aproveitando suas férias pelas bandas de cá do Atlântico. Falando em glossário, tens que conhecer o Vacabulário do Simplicíssimo (http://www.simplicissimo.com.br/index.php?option=com_glossary&Itemid=137). O saco é que para acessar tem que estar registrado.
Passo aqui também para lhe avisar que o Escrever Por Escrever mudou-se. Agora para morada definitiva, terreno e casa própria: http://armazemdeideias.org
Traga uns carpaccios que eu tenho queijos e vinhos.
Enquanto a máquina trabalha, as férias são bem curtidas. Nem todo mal do mundo vem da máquina, né?
Ok, estamos aqui desejando a voce boas férias enquanto tenho que ralar como um mulo, enfrentar trânsito, calor infernal muitas vezes de gravata, trabalhar até tarde da noite. Quer saber? Não é justo. Em todo caso, boas férias.
Este é o Mundo moderno.
Um brasileiro de férias no meio do mato, postando da Itália.
Eu sempre acreditei que frizzante fosse um espumante não seco, mas só bebi quando era criança, na idade em que bebiamos sangria (vinho com água e açúcar) ou frizzanti.
Atualmente, no Brasil, o único espumante italiano é o pro seco.
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