Monday, June 14, 2021

Zona branca

 Estamos em zona branca. Isso significa que a partir de hoje a maioria das restrições anti-Covid deixa de existir. Toque de recolher, a maior de todas, foi abolida. O número de pessoas que podem sentar-se à mesa em bares e restaurantes fechados passa de 4 a 6, desde que todos sejam conviventes; nas mesas ao ar livre, não há limite de pessoas. Festas privadas sucessivas a cerimônias religiosas ou civis, estão autorizadas (casamento, batizado, diploma...), desde que todos os participantes tenham completado o ciclo de vacinação (com validade de 9 meses), ou certificado de cura da doença (com validade de 6 meses), ou um teste resultado negativo, feito nas 48 horas precedentes ao evento.

 

Em todo caso, restam as medidas de prevenção, como uso obrigatório de máscaras, higienizar as mãos e todo o protocolo. A mudança só foi possível graças ao reduzido número de novos infectados, medidos por número de novos casos a cada 100 mil habitantes. Tal redução se dá através da vacinação e do respeito às medidas preventivas. Permanecem em zona amarela as regiões Sicília, Marche, Toscana, Calabria, Basilicata Campania e a província autônoma de Bolzano, que devem atingir a zona branca no dia 21 de junho, além da região Vale d’Aosta, que – caso seja confirmada a tendência de queda atual – passa à branca no dia 28 deste mês.

 

É um alívio só à metade. Espero e torço muito para que o Brasil saia logo dessa situação e que o resto do mundo possa vencer essa guerra. Só estaremos bem se – e somente SE – o mundo inteiro debelar a pandemia.

 

Durante esse pandemônio, só lembro de dois médicos italianos caçados por negacionismo. Um aplicava soro fisiológico no lugar da vacina e um outro receitava remédios comprovadamente ineficazes como “tratamento precoce”. Sim, tiveram suas licenças profissionais cassadas (e o conselho de medicina por aqui não restitui nunca mais). Terão muito tempo para pensar na nova profissão. Atualmente gozam da hospitalidade do Estado na penitenciária mais próxima da casa deles. Claro que tem quem não queira se vacinar, quem escolheu “esperar um pouco mais”, quem não pode se vacinar e até profissionais de saúde que estão sendo afastados do contato com o público por se recusarem a tomar vacina. Em breve (muito breve) serão desligados da profissão, se insistirem na decisão.

 

Números totais até 14 de junho de 2021 na Itália:

Vítimas – 127.038

Casos – 4.245.779

Doses de vacinas aplicadas – 42.390.996. Das quais:

Primeiras doses – 28.254.468 (46% da população)

Ciclo concluído (2 doses ou mono dose) – 14.136.528 (23,5% da população)

 

Números de hoje:

Vítimas – 36

Novos casos – 907

4 comments:

denise rangel said...

Oi, Allan,
Que notícia esperançosa! Tomara que mais países encarem com seriedade a questão de saúde que este vírus acarreta nas pessoas. Que o Brasil chegue a estes números de casos, como aí na Itália. Por ora, é um sonho ainda, mas não perdemos a esperança.
Abraço, garoto

MarcosVP said...

Eu perdi. Não tenho, sinceramente, esperança alguma de viver para ver nem um décimo desse tipo de cidadania acontecer no Brasil. Eu não falo com meus filhos ou com minha namorada sobre como eu me sinto porque eles tem esperança ainda. Talvez seja bom que tenham. Tudo o que desejo é me aposentar e me enfiar numa casa no mato, num lugar onde o Brasil me esqueça.

Sério. Não vejo luz alguma. Nem se Lula voltar. Bolsonaro vai aproveitar sua velhice com seus netinhos em algum lugar confortável depois de ter matado em um ano e meio mais de 500 mil pessoas. A mãe do meu filho foi uma delas. Foi um eleitor desse genocida quem espirrou na cara dela em um supermercado.

Fico feliz pelos meus amigos que moram fora.
Os que votaram no facínora não são mais há tempos.

Allan Robert P. J. said...

Denise querida, quanto tempo!
Estamos todos na torcida por uma situação melhor pra todo mundo. Sairemos dessa juntos, ou não sairemos. Tenho medo do verão que começou, vi esse filme no ano passado. Tomara que o povo tenha aprendido a não baixar a guarda.
Abração.

Allan Robert P. J. said...

Marcos,
Sinto muito por tudo o que vocês têm passado. Precisei de alguns dias para poder te responder, fiquei arrasado com a notícia da mãe do Léo.
Mas não perco a esperança de que as coisas vão melhorar. Com ou sem Lula.
Um forte e solidário abraço.