Saturday, July 02, 2005

Glossário, C-F

Caros e Caras,
Paz e saúde!

Continuo de férias no Brasil. Para não abandonar completamente o blog, apresento uma segunda parte do glossário iniciado no post anterior. Espero que estejam apreciando. Vão treinando: quem sabe um dia pode ser útil toda essa cultura inútil. E não adianta reclamar, pois deixei tudo programado para funcionar sozinho. Não estarei no comando, hoje é a tal tecnologia quem comanda. Aliás, esse glossário é invenção da máquina. Enquanto isso, estou longe. Pescando em algum lugar tão ermo que nem peixe deve ter.

• Cacciatorino – tipo de salame fresco produzido na região de Piacenza, mas não ouse chamar um cacciatorino de salame na presença de um piacentino: para eles, salame é salame, cacciatorino é outra coisa. Vai muito bem com qualquer coisa, inclusive sozinho.

• Carabinieri – é o policial militar. “Eu sou carabinieri!” “Bem feito! Quem mandou não estudar.” Também tem aqui.

• Carioca – sinônimo de brasileiro.

• Celentano, Adriano – é o Elvis Presley da Itália. Se pronuncia tchelentano. Fez diversos filmes, deu somente dez entrevistas desde o início da carreira e soube criar um marketing em torno à sua imagem. Carismático, é amado e odiado. Como cantor, aos 77 anos conseguiu o que só os grandes vinhos conseguem: envelheceu melhorando. Mas, neste caso, Lucio Dalla seria o campagne.

• Chiacchere – massa de pastel frita, com um pouco de açúcar de confeiteiro por cima. Come-se na época do Carnaval. Em Piacenza é a única manifestação da festa.

• Ciao – é o nosso tchau, com a diferença que se diz também quando na chegada.

• Città – denominação dedicada às capitais de província. “Ele mora em città …!”

• Collina, Pierluigi – alto, magro, careca, olhos azuis (eu acho. Da mesma forma que acredito na ausência das sobrancelhas dele) e uma cara de Frankstein montado às avessas. Este é o árbitro de futebol eleito pela quinta vez consecutiva como o melhor do mundo.

• Cubista – dançarino ou dançarina contratado para dançar em discotecas, em cima de um cubo.

• Culatello – tipo de presunto cru. Seria o filé mignon dos presuntos. Uma delícia que custa € 50,00 o quilo!

• Dalla, Lucio – dos poucos músicos que não fariam feio entre os nossos grandes. O Chico Buarque é um seu admirador. A música Minha História é uma versão do Chico sobre uma canção do Dalla.

• Del Piero, Allessandro – o melhor jogador italiano atualmente, apesar dos lamentos de um certo Totti e cia. Joga na Juventus.

• Dialetto – língua local, geralmente de uma cidade ou província. O que faz com que pessoas que habitam a 5 quilômetros de distância entre si não se entendam. Mesmo!

• DOC – sigla para Denominazione d’Origine Controllata. É uma das muitas siglas que determinam alimentos típicos regionais. Na gíria, doc significa uma pessoa ou produto genuíno. É o nosso “da gema”.

• Enologo – o que todo italiano acredita ser.

• Ettore – nome masculino. Quando eu tiver um cachorro, se chamará Ettore.

• Ferrari – sobrenome comum por essas bandas.

• Frizzante – uma terrível maldição sobre os vinhos tintos da região de Piacenza que transforma-os em bebidas intragáveis.

• Festival di San Remo – observe a coisa do seguinte ângulo: se os dinossauros, que tinham um cérebro comparativamente muito menor que o do ser humano, conseguiram dominar a Terra por mais de sessenta milhões de anos, porque alguém iria duvidar da existência deste outro fóssil?


Ciao.

2 comments:

Rafael Reinehr said...

Espero que estejas aproveitando suas férias pelas bandas de cá do Atlântico. Falando em glossário, tens que conhecer o Vacabulário do Simplicíssimo (http://www.simplicissimo.com.br/index.php?option=com_glossary&Itemid=137). O saco é que para acessar tem que estar registrado.

Passo aqui também para lhe avisar que o Escrever Por Escrever mudou-se. Agora para morada definitiva, terreno e casa própria: http://armazemdeideias.org

Traga uns carpaccios que eu tenho queijos e vinhos.

Claudio Costa said...

Enquanto a máquina trabalha, as férias são bem curtidas. Nem todo mal do mundo vem da máquina, né?