Monday, February 22, 2016

Villa Bramasole - Sob o Sol da Toscana

Villa Bramasole - Cortona

Villa Laura - Cortona



A Villa Bramasole, do filme Sob o Sol da Toscana, acabou virando uma atração à parte.

Baseado no best seller homônimo autobiográfico da escritora Frances Mayes, no qual ela conta como o divórcio acabou trazendo-a à Itália, onde comprou uma casa na Toscana, reformou e onde passa diversos dias por ano, o filme se liberta da versão original para alcançar um dos objetivos da Walt Disney, atrair público.

Cheio de estereótipos que tanto agradam o público americano, foi recheado de situações que o turista espera encontrar: o latin lover que tem um affair com a escritora, mas que acaba escolhendo a selvagem local; a velha louca que aumenta o preço da casa para quem ela não gosta e acaba vendendo – por uma série de coincidências – à escritora, que não tinha o dinheiro suficiente; o velho que todos os dias passa silencioso com as flores em memória de alguém (interpretado por Mario Monicelli!); o empreiteiro italiano que explora estrangeiros; uma versão leve e atual de Romeo e Giulietta; Pores do Sol de cores quentes; as paisagens rurais da Toscana; praias semi desertas; e reencontro do amor com um outro americano...

A casa que aparece no filme, na realidade não é a Villa Bramasole, casa da escritora, mas a uma outra, usada como cenário. Sim, a Villa Bramasole existe e muita gente vai visitar Cortona para poder conhecê-la. Na maioria, turistas americanos.

A villa (tradução italiana para casa independente) fica a três quilômetros do centro de Cortona, foras dos muros da cidade, em uma daquelas estradinhas estreitas típicas da Itália, circundada por ciprestes plantados em memória aos mortos da Segunda Guerra. Cada árvore tem uma placa velha com o nome do homenageado, que a escritora tem planos de mandar refazer. Cortona é muito agradecida à escritora por projetar a cidadezinha no mundo.

A Villa Laura – também nas proximidades de Cortona – foi o cenário das filmagens. Restaurada, está disponível para temporadas. Piscina, forno para pizza, churrasqueira, 10 quartos e uma vista privilegiada da Toscana rural. Mas não é a casa da escritora, a Bramasole. Esta só pode ser apreciada por fora, pelos turistas.

Outras locações interessantes do filme foram o centro de Cortona (a fonte não existe, era somente parte do cenário do filme); Positano na esplêndida Costa Amalfitana, onde ela conhece Marcello (Raoul Bova) o garanhão italiano; Roma.

Bem, se você estiver na Toscana e quiser passar por Cortona para visitar a Villa Bramasole, tomara que seja durante o verão italiano. Quem sabe encontra com a Frances Mayes fazendo compras no mercadinho local e acaba recebendo um convite para saborear uma das receitas toscanas, que a escritora aprendeu e que treina com afinco?

Site e blog oficial da escritora AQUI

Saturday, February 13, 2016

Província de Piacenza - Bobbio





A região onde se encontra a cidade de Bobbio é habitada desde a idade da pedra, com assentamentos de tribos lígures, gálicas e, nos últimos anos antes do nascimento de Cristo, após sangrentas guerras e deportações, entrou definitivamente na órbita romana.

Em 614 o monge irlandês Colombano (em gaélico, Colum), sob a proteção do rei longobardo Agilulfo, construiu uma abadia que, graças ao seu “Scriptorium”, onde os monges copiavam os códigos e textos sacros, acabou por transformar-se em um importante centro de referência para a cultura ocidental. O poder incontestável do monastério durou até o século XI, quando as lutas políticas, dentro e fora da Igreja Católica acabaram por arrastar a cidade de Bobbio em um vai e vem de patrões e proprietários.

Bobbio, que de borgo monástico acabou virando cidade episcopal, com as figuras de bispo e abate representadas por uma única pessoa, entrou em decadência quando esses dois cargos foram divididos entre duas pessoas diferentes, operando inclusive a divisão dos bens. A luta interna somada aos conflitos dos novos municípios que nasciam no território, levaram em pouco tempo ao declínio aquela que um dia fora uma das cidades mais importantes daquela parte da Europa. Em 1230 Piacenza ocupou Bobbio, cujo domínio prosseguiu até a conquista Viscontea de toda a área lombarda. Sob o domínio de Voghera, em 1337 foi dada em feudo aos Dal Verme, passando aos Savoia na Guerra de Sucessão, tornando-se parte do Estado Sabaudo. Elevada a capital de província, acabou sendo incorporada à Província de Pavia, quando se constituiu o Reino d’Itália. Em 1923 solicitou e obteve a passagem à Província de Piacenza, retornando à natural diretiva geográfica de sempre: o vale do rio Trebbia.

Considerada “Cidade de Arte”, Bobbio há uma arquitetura diversificada, com ruínas e construções romanas, edifícios e castelos medievais e um centro histórico cheio de recantos e surpresas. Vielas estreitas que levam a largos amplos e monumentos históricos.

As atividades culturais são muitas e não se restringem ao período mais quente do ano. Feiras, festivais de cinema e artes, festas e muita movimentação cultural, fazem de Bobbio uma cidade hospitaleira e agradável, na antiga “Strada Statale 45”, o caminho entre Piacenza e Gênova. À época o caminho mais curto rumo ao mar.



Às margens do rio Trebbia, Bobbio também é conhecida pela ponte corcunda. Nunca ouviu falar da ponte corcunda de Bobbio? Ela foi identificada como uma das paisagens de fundo da Monalisa (sim, o quadro). Melhor, venha conhecer Bobbio e faça um selfie na ponte corcunda. Vai parecer a Monalisa.