– Me dá um copo d’água.
– Mineral ou da torneira? Com gás ou sem? Tem a mineralizada, a da máquina de refrigerante, filtrada, ozonizada, em garrafa de vidro ou de plástico… Enfim, que água vai?
– Molhada.
A Promotoria Pública de Turim mandou analisar as jarras filtrantes tão na moda desde que escrevi sobre elas (será culpa minha?). A notícia, divulgada pela Vanity Fair, está tendo os quinze minutos de glória pelas informações (sic) divulgadas. O laboratório que analisou as jarras de diversas marcas concluiu que a água pode ser danosa à saúde do consumidor. Segundo a revista, o Ph passaria de 6,5 a 9,5, fazendo com que a água deixasse de ser potável. Além disso, os níveis de alguns elementos como a prata, sódio e potássio seriam superiores aos da água da torneira. Segundo o Promotor Raffaele Guariniello, os níveis encontrados “não são perigosos, mas com certeza a água não melhorou.”
– Me dá um copo d’água que passarinho não bebe.
– Olha que essa água não mata a sede.
– E quem disse que eu quero que ela morra?
Quando compramos a nossa jarra a alguns anos, li atentamente o certificado de qualidade que atestava a redução de calcário e a melhoria da água, sem riscos à saúde. Como é possível que dois órgãos que utilizam os mesmos métodos cheguem a conclusões tão antagónicas? Fácil; quem analisou a água e emitiu o primeiro atestado o fazia sob encomenda das jarras filtrantes; já no segundo caso, tudo partiu de uma denúncia da federação dos engarrafadores de água, um mercado muito importante e que paga muito imposto. Porquê o consumidor tem que ser sempre enganado pelo resultado de análises pagas pelos interesses de quem perde mercado ou quer ganhar? Beber um copo d’água deveria ser um ato mecânico, sem medos ou receios. Água é água. Ou deveria ser. Na dúvida, melhor uma loira estupidamente gelada. Se é pra morrer, que seja com prazer.
– Me dá um copo d’água mineral, natural, em garrafa de vidro, engarrafada na última semana nas proximidades, alcalina, sem tanto marketing que é pra custar pouco, transportada e armazenada em local escuro para evitar fungos, sem tanta informação no rótulo – que água é água – e fresca.
– Tem não.
– …Dá uma cervej’aí.
.
Nas quase paradisíacas praias patropinianas o problema da água mineral é mais complexo : recomenda-se exclusivamente o consumo da gaseificada. A " natural " pode ser falsificada, com a tampinha da garrafa colada com um pinguinho de superbonder para dar a impressão de estar lacrada .
ReplyDeleteDá uma cervej'aí me parece uma boa opção.
ReplyDeleteacho que sim, melhor creveja ou um bom copo de vinho tinto!
ReplyDeleteum gde abraço, adorei...
Caro Allan
ReplyDeleteMuito obrigada pela receita! Adorei, irei experimenta'-la.
Incrível, pois esta justo querendo comprar uma jarra dessa.
Adorei teus trocadilhos!
Afe, nao bebo nada alcoólico, mas acho que sera' mais seguro beber a cervejinha - hehehe!
Um abraço
Léia
Olá Allan!!!
ReplyDeleteFiquei sabendo do seu blog através da indicação do Antonio, aprecio muito a cultura e a lingua italiana. Muito boa suas lições sobre o italiano no post anterior, estou aprendendo o italiano e estou adorando.
Boa semana!!!
Bia
www.biapensamentos.blosgpot.com
ou uma branquinha...kkkk
ReplyDelete:-)
Eu, alem de rir, fiquei pensando na qualidade da agua da minha nova morada. O jeito é rezar e se adaptar.
ReplyDeletePelos Restaurante a fora, imagino quantas aguas de torneiras já bebemos e... estamos vivos!
Não se preocupe, não vou dizer que talvez tenha sido vc que tenha sido o pivô ao escrever sobre elas... kkkkkk (santo homem!)
Beijinhos
O negócio é fechar os olhos e rezar. Minha professora do primário é que dizia que água é incolor, inodora e insípida.
ReplyDeleteentão vamos tomar cerveja!!!!!
ReplyDeleteessa coisa com água é tão europeu...rs... meu genro (alemão) não deixou minha netinha tomar o suco que preparamos em casa com água do filtro, daqueles que conhecemos desde que somos gente.
Allan, pode fazer aquele 'pão italiano' do Tunico que é boa a receita, depois de muitas acertou com essa. Aí talvez até fique melhor por causa da qualidade da farinha.
bjs
Ju
Na minha adolescência, brincávamos: - água enferruja, beba cerveja.
ReplyDeleteÉ ruim quando a realidade supera a piada.
Manoel Carlos
Eu bebo água de torneira. Sempre bebi. Pode ser que um dia eu morra disso, mas há de ser uma morte bem lenta, pois já faço isso há mais de 60 anos ;)
ReplyDeletebjs
ciao Allan .
ReplyDeleteL'acqua che esce dai nostri rubinetti , a parte alcune citta , è secondo il mio modesto parere ottima da bere e soprattutto sicura per la nostra salute , qualche tempo fa c'è stata la campagna " Coop " per incentivare l’uso dell’acqua di rubinetto per favorirne il consumo o da fonti vicine, nel rispetto dell'ambiente e contro il trasporto su gomma per chilometri e chilometri.
Da non dimenticare, inoltre, che la qualità dell’acqua potabile è ottima e il suo prezzo, data la grande disponibilità, piuttosto modesto. l’Italia è il terzo consumatore al mondo di acqua minerale e il primo in Europa ed è normale che i sostenitori e le aziende che la producono dell'acqua in bottiglia cercano di demonizzare quella che esce dai nostri rubinetti.
Un buon inizio settimana a te e i tuoi numerosi lettori
Carissimo, não sei. Problema com água na Itália sempre teve e lembro que uma epoca atingiu até a cerveja. kkkkkkkkkkkkk
ReplyDeletebacio
Sabe, parceirinho,
ReplyDeleteComo Cultura no Brasil não põe feijão na mesa de nossos filhos, meu lado "B" gere uma editora e, até hoje, ganho meus cascalhos com o velho e eficiente (nem sempre)Marketing.
É claro que podemos vestir uma roupa bonita numa mulher bonita ou feia. Mas, com ou sem roupa de griffe, uma mulher bonita sempre será bonita, já a feia... o consumidor só descobre no despertar da primeira manhã. Mas, como dizem: "há sempre um chinelo velho para um pé cansado"...
"Dai água a quem tem sede". Mas qual?
Belíssima postagem. Como sempre.
Então, vamos de cerveja, né?
Meu receio é que apareça um desavisado por ai, daqueles que só dão entrevista para o Fantástico, nos provando que até a nossa lourinha era bem melhor no tempo de nossos avós. Ai a gente migra pro velho uisque e aparece um outro chato de galocha, defendendo que a turma das Highlands é que bebia o bom malte...
Puxa, Allan, nem beber sossegado agente pode? rsssss
Meu carinho, parceiro,
Anderson Fabiano